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domingo, 18 de agosto de 2013

Amizade Real





Um homem que amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem com dignidade.
Sentindo-se envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos.
Para começar, pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava 300 reais mensais.
O jovem viajou alguns quilómetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre em ruínas mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável.
Flores alegravam o jardim e perfumavam o ambiente.
O amigo de seu pai o recebeu com alegria.
Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso.
Apresentou-lhe os filhos que se envolviam num halo de saúde e contentamento.
Reparando a fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro.
Para quê? Aquele homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse ao velho pai, de retorno ao próprio lar.
O pai, contudo, depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e disse ao filho:

"Você fez muito bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos compromissos. Volte à residência dele e em vez de trezentos, entregue-lhe seiscentos reais, em meu nome. De agora em diante, é o que lhe destinarei. A sua nova situação reclama recursos duplicados."
O rapaz relutou. Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto quanto o deles.

"Alegro-me em saber", falou o velho pai. "Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio, pode exercer a piedade que humilha, em vez do amor que santifica.
Quem espera o dia do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e morte, perdendo a oportunidade de ser útil.
Não devemos esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo.
Isso representaria crueldade e dureza de nossa parte.
Todos podem consolar a miséria e partilhar aflições.
Raros aprendem a acentuar a alegria dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no coração.
O amigo verdadeiro sabe fazer tudo isto. Volte pois e atenda ao meu conselho.
Nunca desejei improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para sempre."
Entendendo a preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai.

* * *

O verdadeiro amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas.
Se ampara na hora da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias.
O amigo se faz presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio ao outro.
Incentiva sempre. Sabe calar e falar no momento oportuno.
Pode estar muito distante, mas sua presença sempre perto.
O verdadeiro amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra

in, "Momentos de reflexão"





 
 A vossa amizade me faz sentir como no aconchego destas asas!
A ternura da imagem fala por si.
 
Beijos!



sábado, 6 de julho de 2013

Nós e o Pensamento




 
Certo dia, ao chegar da escola, o pequeno Zeca entrou em casa batendo forte os pés no assoalho.

Seu pai, que saía para o quintal a fim de fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chamou o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha um tanto desconfiado.
Porém, antes que seu pai dissesse alguma coisa, o menino falou irritado:

Pai, estou com muita raiva! O Juca não deveria ter feito aquilo comigo!
Eu desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples, mas portador de grande sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Eu não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir para escola.

O pai escuta calado o desabafo do filho, enquanto caminha até um abrigo, onde guardava um saco cheio de carvão.
Tomou o saco de carvão e pediu ao menino que o acompanhasse até o fundo do quintal. O menino o acompanhou, sem entender bem o que estava acontecendo.
O pai abriu o saco e, antes mesmo que o filho pudesse fazer alguma pergunta, propôs algo:

Filho, está vendo aquela camisa branquinha estendida ali no varal para secar? Pois bem, faça de conta que ela é o seu amiguinho Juca, e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.
Quero que você jogue todo esse carvão naquela camisa, até o último pedaço, como se fosse tiro ao alvo. Quando terminar, avise-me, que eu volto para ver como ficou.
O menino achou a brincadeira divertida e pôs mãos à obra. Todavia, o varal com a camisa estava longe, e por esse motivo, poucos pedaços acertavam o alvo.
Após mais ou menos uma hora, o garoto concluiu a tarefa e gritou por seu pai.
O pai aproximou-se devagar, olhou para a camisa e perguntou:

E então, filho, como está se sentindo agora?
O filho respondeu prontamente:
Estou cansado mas feliz porque acertei muitos pedaços de carvão no Juca, quero dizer, na camisa.
O pai olhou para o menino, que ficou sem entender a razão daquela brincadeira, e lhe falou com carinho:
Venha comigo até meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
Ambos se dirigiram até o quarto e o menino foi colocado na frente de um grande espelho, onde pôde ver seu corpo por inteiro.
Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e seus olhinhos.
Então o pai lhe disse com ternura:
Filho, você viu que a camisa quase não sujou, mas olhe para você...

O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos maus pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem, ficam sempre em nós mesmos.
Zeca sorriu envergonhado e falou:
Vou tomar um banho e depois... lavar uma certa camisa.

* * *

Quando um pensamento infeliz sai da nossa mente, abre espaço para ali se instalarem miasmas de enfermidades.

Ao contrário, quando nossos pensamentos são nobres, é como se suave bálsamo penetrasse nossa alma, inundando-a de tranquilidade e paz.
Pensemos!

in "Momentos de reflexão"


Bons dias
Todos os dias!

Beijo!

                Túlia



                                   
 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Honra




É comum, em nossos dias, ouvirmos reclamações por parte de pessoas que se sentiram desrespeitadas em seus direitos.

É o médico que marca uma hora com o paciente e o deixa esperando por longo tempo, sem dar satisfação.É o advogado que assume uma causa e depois não lhe dá o encaminhamento necessário, deixando o cliente em situação difícil.
É o contador que se compromete perante a empresa a providenciar todos os documentos exigidos por lei e, passados alguns meses, a empresa é autuada por irregularidades que esse diz desconhecer.
É o engenheiro que toma a responsabilidade de uma obra, que mais tarde começa a ruir, sem que ele assuma a parte que lhe diz respeito.
É o político que faz muitas promessas e, depois de eleito, ignora a palavra empenhada junto aos seus eleitores.


Esses e outros tantos casos acontecem com frequência nos dias atuais.
É natural que as pessoas envolvidas em tais situações, exponham a sua indignação junto à sociedade, e reclamem os seus direitos perante a justiça.Todavia, vale a pena refletir um pouco sobre a origem dessa falta de honradez por parte de alguns cidadãos.
Temos de convir que todos eles passaram pela infância e, em tese, podemos dizer que não receberam as primeiras lições de honra como deveriam.


Quando os filhos são pequenos não damos a devida importância às suas más inclinações ou, o que é pior, as incentivamos com o próprio exemplo.
Se nosso filho desrespeita os horários estabelecidos, não costumamos cobrar dele a devida atenção.
Se prometem alguma coisa e não cumprem, não lhes falamos sobre o valor de uma palavra empenhada.
Ademais, há pais que são os próprios exemplos de desonra. Prometem e não cumprem. Dizem que vão fazer e não fazem. Falam, mas a sua palavra não vale nada.
É importante que pensemos a respeito das causas, antes de reclamar dos efeitos.
É imprescindível que passemos aos filhos lições de honradez.
Ensinar aos meninos que as filhas dos outros devem ser respeitadas tanto quanto suas próprias irmãs.
Ensinar que a palavra sempre deve ser honrada por aquele que a empenha.
Ensinar o respeito aos semelhantes, não os fazendo esperar horas e horas para, só depois, atender, como se estivéssemos fazendo um grande favor.
Enfim, ensinar-lhes a fazer aos outros o que gostariam que os outros lhes fizessem, conforme orientou Jesus.
Não há efeito sem causa. Todo efeito negativo, tem uma causa igualmente negativa.

Por essa razão, antes de reclamar dos efeitos, devemos pensar se não estamos contribuindo com as causas, direta ou indiretamente.
Pensemos nisso!

In,"Momento de reflexão"








quarta-feira, 27 de março de 2013

Meus oito anos









Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Como são belos os dias
Do despontar da existência !
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor !
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Oh ! dias de minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis !
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar !
Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !

Casimiro de Abreu
 

segunda-feira, 11 de março de 2013

E por vezes




E por vezes as noites duram meses    
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

   David Mourão Ferreira


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tu





"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."

Caio Fernando de Abreu



O belo da vida!

Beijo

Túlia

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Para ti, amigo/a






Numa época conturbada
onde nada é tudo e tudo é nada
deixo flores
para ti
onde tu fores.

Simples
como a vida e os amores!

Com carinho
Túlia



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Bendito!




 Lúcia Sarto

Benditas mãos que sabem dar voz às flores, ao azul dos Céus e das Águas.
Bendita seja a Beleza da Cor para colorir a possível insipidez de algumas Vidas
Benditos sejam os reflexos do Criador nas tintas da Natureza!
Bendito sejas pelas amizades que não vejo mas sinto
Bendito sejas pela alegria de um nascer de cada dia
Bendito sejas pelo Amor com que revestes tudo o que fazes
E Bendito sejas TU ,
 pelos olhos que me deste para admira-te
 numa tela onde também te vejo!
Só te posso agradecer-te
amando-TE!


Tua Criatura,

Túlia




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Poesia de Deus



Nos meus  momentos de reflexão, tenho a sensação de um sentido de pertença  de dádiva, de agradecimento que, como ser humano se intercalam muitas vezes com um enorme sentido de injustiça e alguma revolta por atitudes injustas dos homens.
Mas tudo se desvanece ou atenua com o silêncio que faz parte de mim.
E comungo com a leitura de alguns escritores.

Recordo, a propósito, David Steindl-Rast :
"A poesia inesgotável de Deus vem até mim em cinco línguas: visão, audição, odor, tacto, e sabor.
Tudo o resto é interpretação- crítica literária, por assim dizer, não é a poesia em si, porque a poesia resiste à tradução. Só pode ser plenamente sentida na sua língua original, o que é muito mais verdade para a divina poesia da sensualidade.
Como  posso eu então dar sentido à vida senão através os meus sentidos?"
 ( a continuar )

E haverá poesia maior e mais bela que a Poesia de Deus?
Deus é a própria poesia, escrita não só em palavras mas nas mais belas pinturas nas telas da Natureza!

Beijos de luz
Túlia